Crise
afetou 63% das micro e pequenas empresas brasileiras. O coordenador
da pesquisa, Marco Aurélio Bedê, disse que o impacto
foi mais intenso no Sudeste e no Centro-Oeste.
Indústria,
agronegócio e exportação foram os setores
em que as micro e pequenas empresas brasileiras sentiram os
efeitos mais fortes da crise financeira internacional, iniciada
em setembro de 2008. É o que revela a pesquisa Impacto
da Crise Financeira Internacional nas MPEs Brasileiras, divulgada
segunda-feira(22) pelo Serviço de Apoio às Micro
e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae/SP). Segundo
o estudo, 63% das micro e pequenas empresas nacionais foram
afetadas pela crise. O coordenador da pesquisa, Marco Aurélio
Bedê, disse que o impacto foi mais intenso no Sudeste
e no Centro-Oeste, onde 64% das empresas se queixaram de efeitos
negativos. A primeira região tem uma concentração
maior de indústrias e de exportadores. Já no Centro-Oeste,
predomina o agronegócio. Dentre
os principais problemas, a queda de demanda foi indicada por
60% dos entrevistados, seguida de juros mais caros (45%) e dificuldade
na obtenção de crédito (40%). A pesquisa
foi realizada entre março e maio deste ano, junto a 4.200
micro e pequenas empresas de todo o país. Somente 2%
das MPEs apontaram aumento da inadimplência dos clientes
e queda nos lucros como reflexos da crise mundial. Bedê
informou, entretanto, que há entre os empresários
uma perspectiva relativamente otimista para os próximos
seis meses: 46% das empresas esperam melhora do faturamento,
43% acreditam que o cenário permanecerá o mesmo
e 9% acham que vão diminuir as vendas. No emprego, 66%
dos empresários pretendem manter o quadro atual, contra
apenas 8% que planejam demitir. O
consultor do Sebrae advertiu que o problema de financiamento
não é específico da crise externa, mas
sempre ocorreu no Brasil para esse segmento econômico.
“Crédito
para pequena empresa sempre foi problema. Mas, na hora em que
acontece a crise internacional, você tem uma piora do
problema, porque você passou a ter menos recursos disponíveis
para empréstimos, de forma geral, e os bancos passaram
a exigir mais garantias reais, depósitos em contrapartida,
relatórios todo tipo de documentação. São
muito mais seletivos”, disse. A
indústria teve o impacto maior da crise, mas o comércio
também sentiu os efeitos negativos. Segundo ele, o setor
industrial é mais dependente de empréstimos para
capital de giro e está mais vinculado à economia
internacional na parte da exportação. Também
trabalha com volumes grandes e produtos mais caros. Esses fatores
levam a uma maior concentração dos problemas na
indústria, explicou Bedê. Entre
os estados, os mais prejudicados foram Rio Grande do Sul, Goiás
e Minas Gerais. Os dois primeiros devido ao agronegócio.
Já os mineiros tiveram perdas com a exportação
menor de minério de ferro. Embora seja feita por empresas
de grande porte, como a mineradora Vale, a queda nas vendas
externas afeta as pequenas companhias que são fornecedoras
e se beneficiam do consumo dos empregados das empresas exportadoras.
Goiás foi o estado com maior índice de empresas
afetadas (72%). As
pequenas empresas que apresentaram o menor índice de
prejuízo estão localizadas no Rio de Janeiro (55%),
Santa Catarina (54%) e Distrito Federal (56%). “São
estados que têm um setor de serviços preponderante,
que é o setor menos afetado”, disse Bedê.
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Opinião
- Altacir Martins
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